Amanhã eu começo...
Ou na segunda... ou quando eu tiver
tempo....
Tudo isso são formas de adiar
indefinidamente algo que deve ser feito.
Uma das razões para isso é quando
algo mexe com nossa zona de conforto. Adiamos algo que racionalmente
desejamos, mas emocionalmente mexe com algo que estamos habituados. O
exemplo típico é um regime alimentar. Estamos habituados a comer
determinado tipo de alimentos que nos causam prazer e sabemos que nos
fazem mal por qualquer motivo. Uma dieta implica em reduzir ou
abandonar o consumo destes alimentos. E justo hoje vou a uma festa.
Então, amanhã eu começo.
Outra razão é o que deve ser feito
nos causa desprazer de alguma forma. E às vezes nem é muito grande.
É apenas trabalhoso. Por exemplo arrumar a gaveta de papéis. Então,
amanhã eu faço.
E, por fim, algo que desejamos
ardentemente mas não nos sentimos capazes de conseguir (só que
intimamente sabemos que somos). Por exemplo, passar em um concurso
público (no fundo, é uma mistura das outras duas: não
queremos abandonar algumas horas do nosso prazer, para fazer uma
atividade que nos causa desprazer: estudar). Então, amanhã eu faço.
Isso tem um nome: procrastinar.
Temos que ter consciência de que
procrastinar
pode ser problemático. Adiar o regime pode no mínimo
aumentar ainda mais nosso peso e até nos causar uma doença grave.
Não arrumar a gaveta pode nos fazer perder um compromisso ou uma
oportunidade porque uma das correspondências foi para dentro da
gaveta e ficou lá esquecida. E não se dedicar aos estudos pode
redundar em reprovação no concurso
público que almejamos tanto.
Então lançamos mão das desculpas!
“Eu gosto tanto de costelinha”
“Afinal, não é tão importante
assim arrumar a gaveta”
“Esta matéria é muito difícil.
As vagas já estão marcadas, pra que eu vou perder meu tempo?”.
E o que acontece?
Sua vida fica na mesma! E com o passar do tempo, as desculpas se transformam em: “eu deveria ter feito...” e “agora é tarde”. E
continuamos na mesma, sem atingir nosso objetivos de vida!
Para vencer a procrastinação, você pode, em primeiro lugar identificar o que é
você está deixando para depois. Examine cada uma das suas ações
no dia a dia e veja quais são acompanhadas com a sensação de “isso
pode ficar pra depois”. Num primeiro momento anote. Depois
verifique um a um veja se não tem algo oculto para o adiamento,
sobretudo que você vem deixando de lado a muito tempo.
Avalie as
consequências futuras do adiamento. Normalmente elas são piores do
que fazer o que deve ser feito. Às vezes só esta constatação já
mobiliza seus esforços em fazer o que deve ser feito.
Se você nota que tem muita coisa que
deve fazer, faça uma lista e estabeleça prioridades. Tome cuidado
para não por no fim da lista aquilo que quer evitar. Uma boa dica é
por as mais chatas em primeiro lugar.
Se você se perceber procrastinando,
comece a fazer o aquilo que está deixando de lado. Por exemplo, se
está adiando o estudo de uma matéria para o concurso
público particularmente difícil, dedique apenas cinco
minutos em estudá-la. Às vezes por a mão na massa o motiva a fazer
mais ou dedicar mais tempo a fazer aquilo que vinha adiando.
Às vezes o que o paralisa é o medo
de errar. Não tenha medo
de perguntar o que e como deve ser feito para alguém que saiba. Ou
pesquise. O Google serve pra isso. Se se errar, saiba que é melhor
errar por tentar do que errar por não fazer.
Muitas vezes você não faz o que deve
fazer porque está fazendo o que não deve ser feito. Talvez
você tenha assumido muitos compromissos apenas para agradar os
outros. Ou ainda algo que possa ser delegado para outras pessoas.
Aprenda a dizer não, a transferir tarefas que não precisam
ser necessariamente feitas pro você e a pedir ajuda, quando
necessário.
E por fim pense no que pode perder ou
deixar de ganhar se não fizer a referida tarefa. No presente, nos
próximos mês ou nos próximos anos. Ou no benefício que terá se a
fizer agora. Você pode se imaginar no futuro olhando para o passado
nas duas situações, tendo feito ou não feito.
E principalmente pare com as
desculpas.
Obrigado e parabéns
por ter lido até aqui e não ter procrastinado
e deixado para amanhã.
imagens obtidas na web, sem indicação de autoria
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